terça-feira, 5 de agosto de 2008

Das frôres

Há tempos venho cultivando uma casca tão dantesca em mim que por vezes chego mesmo a nem acreditar naquela coisa patética chamada felicidade.*
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Pois bem! Percebido isso, comecei a me preocupar com o ocorrido. "Tenho tido muita coisa, menos a felicidade ( Só queria ter do mato o gosto de framboesa" ). Tenho tido homens maduros e liiindos e problemáticos. Tenho tido problemas com meninos tão novinhos que fazem minha auto-estima subir. Tenho tido nada. Tenho tido saudade. Tenho tido homens liiindos, pelos quais fui "apaixonada" muito tempo mas que quando se me revelam... Ah, a tal casca! Que saudade tenho de mim antes dela...
mas não é assim de todo ruim. Sou canceriana, sei me cuidar! me protejo bem! Passeio por aí como se ela não existisse - talvez por isso colecione tantos retratos em branco e preto, quando a vontade é colocar o máximo possível de cor em mim.
E ela tem me evitado algumas intempéries! Sou grata! Fico feliz! mas, a proximidade do balzaquianismo... não sei não... Tanta coisa ainda para (e por) aprender e eu tendo que ensinar regências e determinantes e verbos (ao menos meus alunos são preciosos!). E parece que o tal sentimento vindo do estômago não vai mais vir, porque eu não o deixei quando era hora.
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Sabe lá o que é isso... andei viajando e desejando não voltar mais. Ando querendo largar tudo e ir embora. largar a escola, a casa, o pai, pegar a irmã pela mão e partir. Mas antes preciso que o ano acabe e preciso de um carro antes e preciso esperar a semana de provas passar porque logo daqui a alguns dias a prova de segunda chamada deverá estar pronta e antes preciso reformar uns pedaços da casa com minhas próprias mãos... Ufa! Talvez eu precise, na verdade, criar coragem antes (ou seria quebrar a casca?! Mas ela me protege taaaanto...). Um caro amigo disse que com essas palavras pareci "literatura russa mexicana" - "orvalhar a terra com o sangue das tuas mãos e aí partir, partir, partir para o sol poente" (revendo agora me pareceu mórbido... lembrei-me de uma música do Arnaldo). (Relevando a morbidez,) Em palavras bem arranjadas é isso!
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Na bem da verdade, nada de novo no reino da Dinamarca. Exceto minha vontade de morar em Ipatinga, nada mais de (de)mais. Mas essa vontade de verborragiar veio hoje, de uma conversa ligeira com a Srta Andy. Aliás, essas foscas palavras são para ela!
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Ahh, minha amiga! Ainda tem algumas coisas boas em mim... Não aprende a pior delas, não! Pode fazer de você uma flor seca... E é tão difícil voltar a ter viço e cor. Não é impossível! Mas o trabalho, garanto!, é desgastante! Não perca pessoas e sentimentos. Não deixe que se percam em algum 'buraco negro'.
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*coisa patética... Rá.rá! A casca dura aqui, do coração de gelo, acredita mesmo nesse adjetivo aí...

3 comentários:

Patrícia disse...

Beta, adorei teu recadinho, mas to mudando o blog de domínio...agora tá no blogspot!Vá lá...mas preciso te adicionar, pq tá privado!

Me manda um email, para patriciabardazzi@gmail.com, que te adiciono, ok?!Beijos

Mi disse...

A flor, mesmo seca, ainda é flor. Quando se trata de sentimento, ela pode ter viço vezenquando. Inda bem que você nos momentos tristes tem consigo o desencanto ou a tristeza ou a angústia: sinal de que não está indiferente. Sua angústia é o quereres.

Eu te conheci antes de umas tais cascas. E sei que se te conhecesse hoje, acharia muitas coisas boas em você.

Beijo.

Thiago disse...

algumas pessoas e alguns sentimentos têm partido de mim, não porque quero, talvez eu tenha permitido, mas não por querer! Estranho Beta!