'Sim. Sou da geração Sex and City. Aquela que á a favor do sexo sem amor, da liberdade de expressão, da independência feminina e do desapego emocional. Só não descobri, ainda, se isso é bom ou ruim. Atormentada pela chegada dos 30, vivo um conflito interno: como estar em um relacionamento sem abrir mão de toda a minha independência?
.Minha mãe (...) me criou para ser uma mulher forte e sem amarras. Ela me ensinou a andar com as próprias pernas, a lutar pelo que desejo e a não baixar a cabeça para ninguém. (...) aprendi a lição. Tenho muito orgulho e satisfação de ser dona do meu nariz e do maravilhoso poder que é mudar de idéia quando quiser. Resultado: virei uma repelente de homens! Bem, pelo menos é exatamente assim que me sinto. Começo a crer que minha mãe errou em ocupar meu tempo com cursos (...). Talvez tivesse sido melhor aprender a ligar a máquina de lavar, a desmontar o aspirador de pó, a decifrar produtos de limpeza ou a engomar camisas masculinas.
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Exagero? É incrível a quantidade de vezes em que já ouvi: "Se continuar desse jeito, não vai ficar com ninguém". É revoltante a quantidade de homens que ainda preferem as mulheres frágeis, carentes, submissas e emocionalmente dependentes, aquelas que fazem o gênero "mulherzinha" mesmo. Eu não sei ser assim! Sem falar naquelas que engravidam "sem querer". Desejo ter filhos, claro, mas recebi aulas de educação sexual e sempre tomei muito cuidado com o meu corpo. Por alguma razão misteriosa, sinto que sou a única. E isso é péssimo! Até parece que eu sou a errada. E o fato de estar só, um castigo por ser tão responsável.
.Adoro sair com os amigos para um barzinho, fazer noitada com as meninas, ser sociável e esbanjar disposição. Sou fã de uma cervejinha gelada, curto dançar, dar gargalhadas e adoraria que todas as minhas noites terminassem com sexo bem gostoso. Amo não fazer planos, mas tenho sempre vários compromissos e gosto mais ainda de fazer o que me agrada. O que há de tão assustador nisso? Considero que alcancei a maturidade, tanto do ponto de vista emocional como do profissional. Momento ideal para encontrar um cara que esteja na mesma sintonia que eu e, finalmente, ter uma vida a dois ou, quem sabe, a três ou a quatro (uma família numerosa me encanta). É pedir demais?
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Há anos, desisti de encontrar o príncipe encantado e passei a pedir em minhas preces um moreno, alto, bonito, sensual, lindo, fiel, gentil e tarado. Concluí que era demais e fui reduzindo as expectativas até que só gentil e tarado estava de bom tamanho. Foi quando tive um insigth: chegou a hora de rever alguns conceitos. Mereço bem mais que ser só o "lanchinho da madrugada". Hoje, penso que o respeito deve ser a base de qualquer relação e procuro reciprocidade. Estou disposta a adaptar meu estilo de vida e manter um relacionamento tranqüilo, baseado na amizade, na sinceridade e na cumplicidade. Procuro uma boa companhia para momentos divertidos, que respeite meu espaço e meu jeito de ser, da mesma forma que pretendo retribuir. Não está sendo fácil, mas não perco a fé de que estou quase chegando lá. Aline Souza, 27 anos, carioca, é secretária bilingüe.
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Pois então; por mim, agora:
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Li esse desabafo numa revista que ultimamente tem freqüentado minha casa de solteiras. Sexo, carreira, moda, depoimentos, superações e outras coisas desse tipo (que nada têm de cult, mas que fazem o tempo passar mais rápido e blá blá blá).
Não estou tão desesperada assim com a proximidade dos 30. Nem acho que sou repelente de homens! Eles até aparecem vezenquando. [ Trazendo Problemas, muita vez. Mas aparecem. (e desaparecem também! há que se registrar) ]. Sei ligar a máquina de lavar e entendo de produtos de limpeza! LÓGICO que proeza tamanha se deve ao fato de morar sozinha e fazer eu mesma as compras do mercado, mas isso não vem ao caso. Interessa que sei! Engomar camisa não sei não... Nem as minhas! que dirá as masculinas. Alguns dizem que vou ficar sozinha e alguma vez chego a acreditar... [ e dizem que a solidão até que me cai bem ]. Não sei se quero filhos (dois ou três ou sei lá), não sei se sou tão responsável comigo, não sei se sou madura profissional e emocionalmente e menos ainda se estou disposta a adaptar meu estilo de vida a alguém vizinho que não se adapte à minha rotina.
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Só que. Ando com minhas próprias pernas, dou conta das minhas contas e não dou conta disso a ninguém! Sou mesmo dona do meu nariz! e sinto falta de não ser 'mulézinha' (sem H!, como gosta de ouvir uma minha aluna. hihi). Não sei ser assim!, é que sou bem resolvida, entende?! Mas queria (queria?) manter os cabelos penteados depois de horas e horas de trabalho; manter os pés dentro de um sapato fino ou uma sandália alta sem perder a pose; beber pouquinho ou pelo menos não beber cerveja; não falar palavrão; não gostar de futebol; queria não entender minhas relações problemáticas, queria achá-las mesmo estranhas! e fugir...; queria fingir amizade e parecer um pouco burra; queria gostar de príncipes encantados. (ahh, mas eu não sei ser assim!). Umas delicadezas ainda conservo. Diria até que conservo um lado machista em mim. Preciso de proteção, preciso de cuidados. mas só aqueles que eu mesma não consigo me dar! Ou os que não encontro em meu pai e primo e amigos. Preciso de sexo, sem amor, com amor. Com cumplicidade! E sei que aquela relação não virá com nenhum príncipe encantado, até porque eu não gosto deles! Não sei gostar! Gosto dos 'confortáveis' e mal'educados e tarados! Dos de barba, muuuita barba e dos inteligentes! Dos desembaraçados, então! Deliro! Um dia pode ser que apareça (ou apareçam! ou não! relações convencionais não são meu forte! mas essas eu queria de verdade!), mas "não está sendo fácil". Roberta Estevam, 26 anos, capixaba, está professora.
Um comentário:
sei lá. é bom ser independente. cuidar do proprio nariz sem ter que dar satisfação. eu gosto dessa vida assim 'largada' Beta!
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