domingo, 14 de dezembro de 2008

um calor do cão

concebido viajando pela BR 101 Norte

Lena ligou. Pedro não atendeu. "Ele deve estar em reunião..." E estava! Tão logo soube da ligação, tratou de retorná-la. A 'surpresa esperada' ao ouvir a voz de Pedro fez com o que suas palavras, novamente, falhassem ao sair - reflexos do pensamento embolado quando se tratava desse homem. "Tão sedutor...", pensava enquanto os olhos brilhavam e a estrada passava e a conversa seguia.
Até tomar aquele rumo já conhecido...

-

Pedro sabia que era ligado a Lena. e de forma simples, invisível. Devastadora, se ela não fosse bem resolvida [pelo menos era assim que gostava de ser vista. De suas lágrimas o travesseiro cuidava e o chuveiro fazia o favor de misturá-las à água corrente, fazendo uma imagem até bonita]. Lena então, não tinha dúvidas desse elo: Pedro definitivamente era o homem da sua vida. Uma cara boa, "confortável" (certa vez ela dissera), interesses parecidos, inteligência e desenvoltura que ela admirava ardentemente. Pedro era a-fro-di-sí-a-co! Mas há muito casado com Nanda, nem sempre podia se fazer mais presente. E a ausência doía...

-

Pedro estava de viagem de férias marcada. Lena também tinha seus demais 'para-fazeres'. E ele com aquele lenga-lenga de sempre. "Semana que vem eu estou com tudo mais tranqüilo. Eu te ligo e a gente marca!" e Lena sentia o sorriso de Pedro, mais sincero não poderia ter. "É só você ligar, Pedro!". E desligando o telefone, e mesmo querendo mais que muito mais uma tarde de água quente e suor e gozo, Lena sabia que Pedro não ligaria semana que vem.

Um comentário:

Fernanda disse...

Achei o texto lindo=)
gostaria de saber o restante da história=)