sábado, 11 de março de 2023

As Horas

anos depois, Clarissa re-assiste ao filme.


as histórias se cruzando. a temporalidade não linear. a fotografia. as protagonistas femininas. toda a ficha técnica. “não se lembrar de quase nada às vezes é uma benção”, pensou enquanto admirava (e se surpreendia com) a história, desfilando pela tela olhares bem captados e diálogos bem escritos. um enredo cheio de adjetivos ligados à dureza: pesado, cansado, denso, choroso, sofrido, profundo (quis não escrever este último, para que ninguém fizesse referência à VW. não pôde, no entanto). embora tão lindo! (embora sem nenhuma personagem negra… “da primeira vez, não me lembro de ter feito essa observação, nem mentalmente. parece que amadureci… ou será que apenas tomei consciência sobre privilégios e racismos?” quem souber me salva!). o peito seguia apertado e a respiração difícil. 


“um bom filme para este hoje”, sussurrou irônica.

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