terça-feira, 30 de agosto de 2022

assisti, hoje, a duas cenas. as personagens são crianças de 6º ano. relato:


cena 1. após entrega de AV, um aluno notou que eu havia aumentado erroneamente sua nota. contrariado, claro!, devolveu a prova para que fosse corrigida. agradeci, aplaudi, fiz que todos soubessem. nestes tempos sombrios, especialmente, gestos honestos me inundam. 


cena 2. três alunos se atrasaram para minha aula após o recreio. na escola em que trabalho, existe uma regra de ocorrência para essa situação. entraram esbaforidos - mas os coloquei para fora. coordenação - conversa - argumentos. tempinho depois, fui também eu participar do papo. retomei as regras, bem brava: eles já as conhecem - não podem se atrasar. pediram a palavra, queriam explicar: estavam ajudando um amigo com crise asmática. não me ganharam - um adulto precisaria saber da situação. “vocês são médicos?” receberiam a ficha, como já aconteceu com outros colegas. mas… chegou o amigo. pediu para falar. “tia, não foi culpa deles. eles estavam comigo. são meus amigos. eu estava mal. eles falavam assim: ‘respira, calma. vai ficar tudo bem’. e quando a gente ajuda um amigo, a gente perde a noção do tempo. só quer ver o amigo melhor. e eles me ajudaram. e eu fiquei bem”. 


e a professora chorou. 


e os três alunos voltaram para a aula. e aprendemos que escola extrapola livros e apostilas. 


e a professora teve, outra vez, certeza de que a sala de aula é onde (ainda) quer estar. “viver me deixa tão impressionada”.

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